23/01/2001

Outro texto para ser comentado:

in Design-Grafico.com.br, seção web design, coluna wwweb
URL: http://www.design-grafico.com.br/luli122000.htm
Artigo por Luli Radfahrer
Título: Glamorous (ou como é chic ser webdesigner)

"De acordo com a Você S/A, webdesigner é a profissão do futuro. No rádio, um spot de uma escola promove o curso de webdesign sob a mesma ótica. De vez em quando me surpreendo com a quantidade de pessoas que falam a respeito de webdesigners e de webdesign com a maior naturalidade, a tal ponto de não duvidar que ser webdesigner deve até ajudar a vida sexual de muita gente, garantindo boas cantadas (ei, princesa, vamos fazer uma multimídia no meu apê?) ou até servindo de pontapé inicial para muito papo furado regado a álcool.
Em outras palavras: está na moda ser webdesigner. É muito chic. Ou, em português, é hype. É cool, cult, fashion, hip talvez. Ainda mais sexy se o webdesigner usar um Macintosh, programar flash, usar dreamweaver, fazer arquitetura de informação para sistemas WAP. Como diria o Chico: “ai, quem me dera ser garçom –ter um sapato bom– quem sabe até talvez –ser um garçom francês– falar em champignon –falar em molho inglês– pra te dizer gentil”.
Como reconhecer um webdesigner? Eles são coloridos, ué. Usam cabelos coloridos, sobrancelhas coloridas, tatuagens coloridas, roupas coloridas, piercings coloridos. Mais ou menos como os clubbers, mas com uma atitude mais cyber, meio Londres, se é que você me entende, mano. Se não entender, azar: você está por fora, unplugged, não ouve MP3, não tem número de ICQ, nunca levou um iBest, não tem página pessoal, é analógico, não existe.
Todas essas cores, infelizmente, nem sempre correspondem a idéias igualmente coloridas. Já vi muita gente colorida com portfólio vagabundo, com páginas que contam o número de visitantes, cheios de GIF’s de quinta categoria, letras que voam e se deformam, usando todos os exemplos de animação pré-programada, copiando modelos de sites de sucesso, com os links à esquerda da tela ou botões tridimensionais que mudam de cor quando são clicados, usando cliparts em ícones que precisam de legendas etc., etc., etc… Ah, se um gênio me desse um único desejo, eu desinventaria a clipart e alguns programas de ilustração –a fome mundial bem que poderia esperar um pouco.
Mas afinal, o que é um WEBdesigner? Que centauro é esse que a mídia gosta tanto de popularizar? Qual a sua formação? O que ele tem que fazer profissionalmente? Seriam os webdesigners designers que entendem de web? Mas existe gente que não entende de Web hoje em dia? Ou seriam eles designers que sabem programar? Seriam eles, enfim, designers? Diretores de arte? Ou programadores enrustidos?
Na minha humilde opinião, sejam o que forem, eles estão extintos: são resultado de uma época em que não era possível separar o design da programação e os coitados perdem um tempo enorme na geração de excrescências do tipo tabelas HTML para fatiar as imagens.
Por sovinice de patrões que não entendem direito de design, muitos designers coitados são obrigados a programar. Mal sabem seus chefes que os resultados obtidos por um designer-programador estão bem longe de ser a soma dos de um designer com os de um programador, muito pelo contrário.
Acredito sinceramente que designer é designer e ponto final. Designers gráficos usam programas gráficos, designers de TV usam programas de vídeo, designers de produto usam programas de modelagem, designers de websites usam GoLive, Flash ou Dreamweaver, da mesma forma que administradores de empresas usam Excel e não precisam saber de cor a tabuada do oito, a raiz quadrada de três ou o logaritmo de doze na base quatro. É o talento e a dedicação que fazem um designer, não uma roupa colorida e uma atitude fashion. Não estou dizendo que não se deva usar roupas coloridas ou tingir os cabelos de verde (pois estaria dando um tiro em meu próprio pé), mas que isso não é condição obrigatória nem suficiente para ser designer. Em outras palavras, essa é uma profissão como qualquer outra, e, se você for bom, vai acabar se destacando mesmo que tenha o fenótipo de um professor de química. Aliás, muitos amigos meus, designers de muito talento, não se intitulam webdesigners e usam roupas normais, como gente normal.
A Internet está tomando posse do glamour que já foi da propaganda nos anos 80: atrai pessoas de todos os tipos, inchando o ego de muitos e premiando gente que não tem necessariamente tanto talento assim. Convivo com publicitários (e com alunos de publicidade) há aproximadamente vinte anos e achei que já tinha visto de tudo em termos de arrogância e atitude vazia, mas percebo que as piores partes desse filme estão sendo reprisadas. Ficarei contente quando a Internet deixar de ser moda, pois isso atrairá para a profissão somente gente séria e compenetrada, disposta exclusivamente a fazer um trabalho com muito tesão, o que, afinal, é o que nos mantém vivos e criativos, não um cargo de “criativo” em um departamento homônimo."
Luli Radfahrer


IExplorer fidaputa!!! Já é a quinta vez que eu aperto o botão "Post" e ele manda tudo o que eu escrevi para os quintos dos infernos... Bill Gates maledeto... grrrrrr
Comentários no meu blog principal.. :)
in Net Cetera, Caderno Ilustrada, Folha de São Paulo, 17 de janeiro de 2001.

Título: O senhor dos anéis e da rede

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Depois do episódio inicial de "Star Wars" e das adaptações "X- Men" e "Spiderman", é hora de outra religião dominar a rede pelos próximos anos. Marque o nome, porque você vai se cansar de lê-lo: "O Senhor dos Anéis" ("The Lord of the Rings").
Há cerca de 60 mil sites dedicados ao autor da trilogia, o escritor J.R.R.Tolkien, e mais de mil só à sua obra principal, que levou 14 anos para ser criada. Devem se multiplicar assim que estrear o primeiro dos três filmes, que será lançado em várias partes do mundo, Brasil incluído, em 19 de dezembro deste ano. Já há site oficial: www.lord oftherings.net.
John Ronald Reuel Tolkien nasceu na Cidade do Cabo, África do Sul, em 1892.
Órfão de pai aos 4 anos, foi com a mãe para a Inglaterra, onde estudou na King Edward's School de Birmingham e na Universidade de Oxford, de onde nunca mais saiu.
Católico praticante e acadêmico renomado, deu aula de letras a vida inteira. Morreu em 1973, deixando "O Silmarilion" inacabado. Sua primeira história, escrita aos 7 anos, era sobre um dragão. Hoje, seus livros fantásticos vendem milhões.
Resumir a trilogia é complicado, e os seguidores da religião tolkienana são fervorosos e loucos para pegar erros nos hereges que ousam tocar neste assunto.
Em todo o caso, trata-se da continuação da história dos hobbits, seres mágicos que habitam a Terra Média. Estes se unem a magos, elfos e anões para evitar que o vilão Sauron (ex-Senhor do Escuro) recupere o Um Anel. A adaptação para o cinema está sendo dirigida por Peter Jackson (nada de importante até hoje, mas tudo com muito sangue), com orçamento de US$ 200 milhões para a trilogia, filmada simultaneamente. Tem Elijah Wood, Ian McKellen, Cate Blanchett e Liv Tyler.
O universo tolkienano vem sendo cortejado pelo cinema há algum tempo. A primeira versão é de 1978, "The Lord of the Rings", com John Hurt, dirigida por Ralph Bakshi.
Há ainda duas animações para a TV, "The Hobbit" (1978) e "The Return of the King" (1980), ambas de Jules Bass e Arthur Rankin Jr. e com o gigante John Huston, que era fã de Tolkien, na voz de Gandalf.
Videogames, quadrinhos, RPG, videogames que viraram filmes ("Dungeons & Dragons"), filmes que viraram lenda ("Star Wars") e outros que nem tanto ("Conan, o Bárbaro") têm um dedo deste autor do incrível.
Existem enciclopédias em que os verbetes explicam seus personagens e neologismos e mesmo alguns atlas, com a exata localização de seu mundo fictício, reinos e povoados incluídos.
Quando você lê um de seus livros, depurado todo o fantástico, resta a obra de um linguista religioso de enorme imaginação. Eu não levaria para uma ilha deserta.

15/01/2001

hm... what am I going to do with this one?? :)